Imagem capa - A (famosa) Regra dos Terços por Marcus Azevedo
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A (famosa) Regra dos Terços


Dentre todos os Recursos da Composição Fotográfica, a Regra dos Terços é praticamente o Recurso Pai, o primeiro recurso a ser aprendido, o mais difundido, portanto, um dos mais utilizados na Fotografia e no Cinema.

Apesar de não considerar esses Recursos como “Regras”, alguns levam esse termo no nome e é importante ensiná-los corretamente.

Assim, a Regra consiste em dividir uma cena em 9 quadros iguais, sendo 2 divisórias horizontais e 2 divisórias verticais, lembrando um Jogo da Velha, como na imagem a seguir.

Chamaremos essas divisórias de Guias.
Guias Horizontais (Superior e Inferior) e Guias Verticais (Esquerda e Direita), como a imagem a seguir.



Copyright © Marcus Azevedo


Imagino que você já tenha visto essa “grade” no visor do seu smartphone ou câmera, certo?

Bom, temos então a imagem dividida em 3 linhas por 3 colunas.

As divisões dessas linhas e colunas costumam ser regiões harmônicas para se posicionar os objetos principais de uma foto, ou mesmo limites para divisões dentro da cena, posicionando um terço para uma informação e dois terços para mais informações diferentes.



Vamos imaginar as seguintes possibilidades.

Pensando nas guias horizontais, um exemplo de uso seria, ao fotografar o mar ou horizonte, utilizarmos uma dessas Guias Horizontais para posicionamento da linha do horizonte ou nível do mar.

Se posicionarmos o nível do mar na Guia Superior, teremos um terço superior da imagem preenchida com o céu e dois terços inferiores preenchidas de mar.

Dependendo do posicionamento do fotógrafo e da altura da maré, podemos ter um terço superior disponível para o céu, um terço médio para o mar e mais um terço inferior contemplando a faixa de areia

Já se fotografarmos uma cena no campo, poderíamos utilizar uma Guia Horizontal para posicionar a linha do horizonte, assim, teríamos um terço superior preenchido com o céu e mais dois terços abaixo para posicionarmos o campo e a vegetação.


Agora, pensando nas Guias Verticais em complemento às cenas descritas acima, imagine que temos uma árvore frondosa nesse campo e queremos posicioná-la na cena, de forma que seja nosso objeto principal.

Sim, podemos posicioná-la no meio da cena, sem problemas. Há um “Regra” para isso também, mas essa decisão depende de vários outros Recursos.

Por ora, usando a Regra dos Terços, vamos aproveitar a ideia de composição e alinhamentos acima e encaixar essa árvore em uma das Guias Verticais.

Sim, muita teoria!


Vamos analisar isso tudo na prática?







Nesse exemplo, utilizei a Guia Horizontal Superior para alinhamento do nível do mar e a Guia Vertical Direita para posicionar os guarda-sóis.

Esses não estão alinhados na Guia, pois são dois, mas a Guia Vertical Esquerda serve de orientação para esse posicionamento.

Essa imagem possui outros recursos importantes da Composição Fotográfica, que veremos em outro post.




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Nesse exemplo, ao contrário da anterior, o alinhamento do nível do mar foi feito orientado pela Guia Horizontal Inferior.

Por outro lado, a Guia Horizontal Superior passa pelo nível do topo de uma das montanhas ao fundo, dividindo a cena em 3 linhas e elementos relevantes:  Céu, Montanhas e Mar.

A Guia Vertical Esquerda orienta o posicionamento ideal dos esportistas.

Essa imagem também possui outros recursos importantes da Composição Fotográfica, que veremos mais adiante.




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Assim como na imagem anterior, essa imagem também utiliza a Guia Horizontal Inferior para alinhar o nível do mar, assim como a Guia Horizontal Superior para o topo da cadeia de montanhas da serra ao fundo, também dividindo a cena em 3 linhas / elementos relevantes:  Céu, Montanhas e Mar.

Com relação às Guias Verticais, essas passam por duas rochas.

Assim como as demais, essa imagem também possui outros recursos importantes da Composição Fotográfica, que veremos em outro post.




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Bom, a foto do post não poderia ficar de fora!

Como as imagens anteriores, a imagem ao lado também utiliza a Guia Horizontal Inferior para alinhar o nível do mar, além da Guia Vertical Direita para orientar a posição de um eixo relevante, onde temos dois pelicanos e uma das rochas.

Nesse caso, a Guia Direita poderia estar entre os dois pelicanos da esquerda, mas isso é uma questão de escolha e essa estaria correta da mesma forma. 





Nesse exemplo, a orientação ficou mais forte com as Guias Verticais.

Na Guia Esquerda eu alinhei o poste de luz. Já na Guia Direita, alinhei o eixo entre a gaivota e a lâmpada.

Note que a cabeça ou o peito da gaivota não estão exatamente alinhados com a lâmpada. Esse é um bom exemplo para mostrar que, na vida real, nem tudo estará perfeito para a Fotografia, e isso não deve ser um problema.



Bom, para tentar o posicionamento e enquadramento perfeito, você poderá andar à sua volta, procurar uma nova perspectiva ou ângulo de visão, mas antes disso, faça a foto mesmo assim, antes que você perca a oportunidade.

No cenário acima, embora eu tivesse dezenas (senão centenas) de gaivotas voando sobre o mercado de peixes, o ballet delas é frenético, muito dinâmico.

Caso eu decidisse procurar o ângulo perfeito para a foto e a gaivota, alheia a mim (e atenta às possibilidades da sua refeição), voasse dali para outro local, eu poderia não ter mais a possibilidade dessa imagem ao longo daquela manhã.

Eu teria que esperar novamente e abrir mão das outras oportunidades de um Momento Decisivo.

Ah sim, o tal Momento Decisivo... Isso é coisa do Bresson.   Henri Cartier Bresson.

Vamos falar sobre o Momento Decisivo em outro post.

Use e abuse da Regra dos Terços e Boas Fotos!!



- Confira a Dica #2  -  Os Pontos Mágicos -